segunda-feira, 3 de março de 2008

INDEPENDÊNCIA, SEMPRE; NEUTRALIDADE, NUNCA


Era o lema do ‘Daily Star’, um jornal americano, já desaparecido, creio, e não podia estar mais de acordo. Se me chateiam as opiniões parciais, fundamentalistas e seguidistas, ainda me chateia mais a ausência de opinião, o “eles é que sabem”, a cultura da desresponsabilização, tão típica, infelizmente, dos portugueses. Sempre com medo de se comprometerem, sempre sossegadinhos no seu cantinho, “pobrezinho mas honrado”, sempre prontas a fugir às responsabilidades. A culpa é sempre dos outros, nunca deles. As pessoas que dizem mal dos políticos, os agricultores que choram se chove de mais ou se chove de menos, os treinadores das equipas pequenas, há toda uma qualidade de gente, para quem, alguém que não eles tem de resolver os problemas. São sempre os outros que têm de fazer qualquer coisa, porque eles não, eles não podem fazer nada. Limitam-se a queixar-se, a ficar à espera, a reclamar de tudo e de todos, de preferência a coberto do anonimato ou no meio da multidão. Insultam, denigrem, mas nunca fizeram nada pelos outros, nunca abdicaram do seu conforto para ajudar seja quem for. Não há pachorra.

2008.03.02