sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O BAIRRO DOS OLIVAIS

Ao contrário do que muito imbecil diz, o bairro dos Olivais, em Lisboa, é o único bairro de jeito desta cidade. Pensado de raiz no seu todo, por um conjunto de arquitectos dos mais talentosos da sua geração, o bairro dos Olivais é o melhor sítio do mundo para se viver. Com os seus espaços verdes, as suas ruas largas, os seus jardins, putos a jogar à bola todo o santo dia. Não percebo, por isso, o fascínio que certa gente tem por bairros como Campo de Ourique (que é igual a Moscavide, mas com melhores restaurantes) ou a Lapa (com excepção de quem vive naqueles bonitos palácios que por lá há, quem é que pode gostar de aí viver…?), onde um gajo não dá dois passos sem esbarrar contra um carro ou pisar uma bosta de cão. É por essas e por outras que a malta desses bairros não sabe jogar à bola e homem que não sabe jogar à bola ou é invertido ou é esquisito.

Baseado nas ideias defendidas da Carta de Atenas, um manifesto urbanístico que resultou de um Congresso Internacional de Arquitectura, que teve lugar em Atenas (óbvio, não?), em 1933, que defendia a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, com edifícios localizados em áreas verdes pouco densas, o bairro dos Olivais, sito na freguesia de Santa Maria dos Olivais, que foi sede de concelho no século XIX (integrando freguesias como o Campo Grande, Lumiar, Bucelas e Beato, entre outras), é, quarenta anos depois do início da sua construção e não obstante o envelhecimento dos seus habitantes e alguma degradação (nomeadamente, ao nível da manutenção dos espaços verdes), um sítio excepcional para se viver.

E quem discorda é parvo.

2008.01.25